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VÍTIMAS DA INOCÊNCIA - ROMANCE POLICIAL CURTO, AMADOR E DESPRETENSIOSO!




     Eu escrevi este romance curto e amador ouvindo constantemente esta música de B. J. Thomas: "Whateves Hoppened To Old Fashioned Love". Caso queiram vê-la e ouvi-la, segue o linque do YouTube logo abaixo pra vocês:
    

     Eu escrevi este romance curto e amador ouvindo constantemente esta música de B. J. Thomas: "Whateves Hoppened To Old Fashioned Love". Caso queiram vê-la e ouvi-la, segue o linque do YouTube logo abaixo pra vocês:


     https://m.youtube.com/watch?v=ZLTuOnb8cQU&pp=ygUJYmogdGhvbWFz
  

     VÍTIMAS DA INOCÊNCIA! (CAPA EXTERNA DIANTEIRA)

     José Ribeiro.

     1° Edição.

     Um policial civil no encalço de um assassino em série de pré-adolescentes femininos cruel, brutal e perigosíssimo.


        
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     VÍTIMAS DA INOCÊNCIA! (PÁGINA INICIAL INTERNA DE APRESENTAÇÃO)

     José Ribeiro.

     1° Edição.



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     1 - ÍNDICE.


     1 - ÍNDICE;

     2 - DEDICATÓRIA;

     3 - PREFÁCIO;

     4 - PRÓLOGO;

     5 - A PRIMEIRA VÍTIMA DA INOCÊNCIA;

     6 -  

     7 - EPÍLOGO;

     8 - CRÉDITOS.



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     2 - DEDICATÓRIA.

     Dedico esta história policial curta, amadora e despretensiosa a todos escritores amadores que, de alguma maneira, se esforçam por escrever boas histórias aos seus leitores. A todos vocês, a minha admiração e o meu abraço fraterno.



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     3 - PREFÁCIO.

     Esta é uma história policial curta, amadora e despretensiosa, baseada no filme policial estadunidense "O Assassino do Alfabeto" do ano de 2008.

     Na verdade, esta história procura ser uma reeleitura do roteiro do citado filme e procura adaptá-lo ao contexto nacional (sem nenhuma pretensão de ser melhor do que o roteiro do filme, apenas uma abordagem diferente).

     Nesta história, eu não abordo temas psiquiátricos-policiais como no filme original americano. Caso queiram, assistam o filme antes de ler esta história. O filme está disponível no YouTube.

     Eu espero que gostem do meu trabalho como escritor amador.

     Um abraço a todos.




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      4 - PRÓLOGO.

       - "O meu ofício consiste, principalmente, de interrogar pessoas quase todos os dias."


     VÍTIMAS DA INOCÊNCIA!


     - Romance curto, amador e despretensioso.

     - "O ponto que eu acho mais decepcionante na minha vida como investigador da Polícia Civil de Nova Esperança do Norte, o que realmente me deixa 'buceta' da vida, é que as pessoas que eu realmente quero interrogar estão todas mortas no cemitério."



     - O meu trabalho consiste, principalmente, em fazer perguntas.

     O ASSASSINO DO ALFABETO!

     - Filme baseado numa história real.

     - A parte frustrante, a que realmente me deixa louca, é que as pessoas que eu quero realmente ouvir, estão todas mortas.


   
     - Socorro! Alguém me ajude!

     Ela corre desesperadamente e completamente nua pela floresta densa e fechada do Bosque das Rosas Vermelhas em busca de ajuda. Ela não sabe onde está em meio a escuridão extrema do ambiente e, muito menos, como foi parar naquele lugar.

     Ela simplesmente acordou sendo violentamente espancada e estuprada no interior de uma cabana de madeira pelo homem que lhe deu carona, logo após sair da escola do ensino fundamental no bairro onde mora. Por um descuido do brutal agressor, ela conseguiu escapar antes de ser morta. Agora, sozinha e sem ninguém para socorrê-la, a única coisa que lhe resta é continuar fugindo sem rumo pela floresta escura.

     - Socorro! Por favor, alguém me ajude! Alguém me ajude!

     Súbito, ela consegue vê em meio a escuridão a silhueta do homem encapuzado que a sequestrou e a trouxe para este lugar desconhecido e terrível, vindo com uma faca perigosamente na sua direção.

     - Desista, sua prostituta! Você não conseguirá escapar de mim, vagabunda. Você nem sabe onde está. Cedo ou tarde, eu a alcansarei e a matarei como se fosse um mero animal sem importância. Sua lixo podre!

     - Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Ele vai me matar! Naaaaaaaão! Naaaaaaaão!
   
     Ela continua correndo e procura se esconder por trás de uma grande árvore na esperança que o encapuzado não a veja mais, mas o misterioso agressor é mais rápido e a recapitura novamente em meio aos gritos de desespero, agonia e muita dor .

     - AAAAAAHHHHHHHGGGGGG!




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     5 - A MORTE ESPREITA O BOSQUE DAS ROSAS VERMELHAS.


     Três longos dias depois...

     - Onde está o corpo da jovem, delegado Ezequiel? - Pergunta o investigador Mário Santos ao veterano delegado de 45 anos, delegado titular da Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.) na provincianesca Cidade de Nova Esperança do Norte, região norte do Brasil.

     - Ela está aqui, Mário Santos. - aponta para o chão o delegado Ezequiel - É uma menina de aproximadamente dez a doze anos de idade. Já está em avançado estado de decomposição.

     O musculoso e viril investigador de trinta e dois anos se aproxima e se agacha ao lado do corpo sem vida e putrefado, com pés e mãos amarrado com fios de nylon e jogado no chão pedregoso e alagado em um local remoto do Bosque das Rosas Vermelhas na Cidade de Nova Esperança do Norte. Ele observa o corpo completamente nu por um breve momento, observando de imediato cada detalhe do local do crime. Logo percebe a presença de finíssimos fios espalhados pelo corpo da jovem vítima. Fixando-se no estranho elemento, ele percebe que se trata de pêlos de algum animal doméstico desconhecido por enquanto.

     - E esses fios pretos, chefe? O que são?

     - Ainda não sabemos. Esses fios foram colhidos para posterior análise e segundo o laudo preliminar da perícia, ainda está a esclarecer.

     - Estrangulamento, chefe?

     - Sim, Mário. Com fios de nylon no pescoço e há sinais claros de tortura e estupro com requinte de crueldade antes dela ser morta. Ela foi vítima de estupro vaginal e anal e não há vestígios de esperma do agressor. Segundo a perícia presente no local, ela talvez tenha sido assassinada aqui mesmo. Ou crime foi cometido em local ignorado e depois foi desovado aqui. Não temos certeza de uma coisa ou de outra.

     - Santo Deus! Que coisa mais horrível! - exclama com pesar Mário Santos, dedilhando o bonito e bem aparado cavanhaque de pêlos negros. - A perícia estima que ela esteja morta há quanto tempo, chefe?

     - Eles acham que ela foi morta há dois a três dias atrás, Mário.

     - Vixe! Vai ser difícil resolver esse caso, chefe. Aqui é um local isolado, escuro, sem testemunhas oculares e sem câmeras de monitoramento residencial. - Constata de imediato, Mário Santos. - Quem quer que tenha deixado o corpo dela aqui, sabia o que estava fazendo. Com certeza, trata-se de uma pessoa doentia, inteligente e extremamente calculista.

     - Nisso você tem razão, meu chapa. - Retruca o Delegado Ezequiel.

     O investigador, ajeita o fino óculos de grau no rosto, se põe em pé novamente enquanto os peritos do Instituto Médico Legal remove o corpo do chão e o leva na caixa pro interior do veículo da instituição. Agora, o corpo da jovem  desconhecida segue em viagem para ser estudado posteriormente, enquanto Mário Santos e o Delegado Ezequiel vislumbram passivamente o veículo desaparecer no horizonte.

     - E você, Mário Santos, o que você acha desse caso estranho?

     - Hum. Bem difícil, chefe. Bem difícil, mesmo. Sem um laudo completo sobre a morte da vítima, fica bem difícil de solucionar o caso, mas eu acho que ela foi sequestrada e trazida até aqui para ser espancada e, posteriormente, estuprada com requinte de crueldade. E depois o agressor a assassinou com os fios de nylon que já estavam em seu poder no momento de finalizar o crime.

     - Muito bem, Mário. Você, como sempre, é certeiro no que faz. Meus parabéns.

     - Obrigado, chefe.

     - Mário, quem quer que tenha feito isso é uma mente doentia e precisa ser detida para que isso não aconteça novamente. Eu quero todo empenho da D.H.S. nesse caso. Eu quero resultados na minha mesa o mais rápido possível. Você ouviu, Mário Santos?

     - Sim, chefe. Nós daremos tudo de nós para resolver este caso.

     - Eu quero o monstro que fez isso atrás das grades o quanto antes. Ou quem sabe, morto!

     Mário Santos sorri com a afirmação do seu superior e se dirige rapidamente pra viatura que os levará de volta a D.H.S. no Centro Histórico e Comercial de Nova Esperança do Norte, sabendo que os próximos dias serão extremamentes duros e difíceis.



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     Trinta longos dias depois...

      Mário Santos de Albuquerque Pessoa, experiente investigador de polícia e atuando há mais de dez anos na Polícia Civil da Cidade de Nova Esperança do Norte, se debruça no inquérito policial da vítima de estupro e homicídio sobre a sua mesa de trabalho no interior da Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.).

    - "Segundo os lados da Perícia Técnica Criminal, do Instituto Médico Legal e outros elementos comprobatórios anexados ao inquérito policial, a vítima é Bianca Meirelles Duarte, uma menina de onze anos de idade, filha de Ana Maria Meirelles Duarte e Paulo Duarte Ribeiro, desaparecida acerca de trinta e três dias atrás. A última vez que a vítima fôra vista, foi ao sair da Escola Estadual Fátima Rodrigues no Bairro de Santa Helena, no qual cursava a quinta série do ensino fundamental."

     - "Segundo relatos dos transeuntes e amigos  da vítima colhidos em oitivas por outros investigadores da D.H.S. e anexados ao inquérito, a jovem possivelmente entrou num carro dirigido por um desconhecido e nunca mais fôra vista. Depois de três dias, o corpo da vítima fôra encontrado desovado por frequentadores do Bosque das Rosas Vermelhas. O caso continua em aberto e, aparentemente, sem solução a vista. - Conclui o investigador."

     - "Entrou num carro dirigido por um desconhecido?" - Pergunta o investigador em pensamentos - "Provavelmente ela conhecia quem dirigia o automóvel e tinha confiança nessa pessoa. Mas quem?"

     O investigador se levanta da mesa e com as duas mãos enfiadas nos bolsos da calça jeans desbotada justa ao corpo, vai até a janela pensativo e cabisbaixo.

     - "Ela conhecia o agressor e isso é um fato incontestável. Tinha tanta confiança nele que parece que não pensou duas vezes em ir com essa pessoa no carro. Não é burrice de aborrecente como se insinua na imprensa da cidade. Ela realmente conhecia o agressor!"

     Voltando a sua mesa de trabalho, o compenetrado investigador revisa as fotos da vítima tirada pela Perícia Técnica Criminal no local do crime no Bosque das Rosas Vermelhas. Corpo completamente nu, sem vida, sinais claros de espancamentos, estupro sem a presença de líquido seminal e estrangulamento com o uso fios de nylon.

     - "Ah, sim. Eu não posso esquecer que segundo laudos médicos colhidos nos depoimentos da família e anexados ao inquérito policial, Bianca Meirelles era asmática congênita e, por isso, não podia ter contato com animais com pêlos. Então, aqueles pêlos encontrado no corpo dela são da casa e do carro do agressor. Provavelmente, o assassino cria gatos ou cachorros no domicílio dele."

     Mário Santos, um imponente homem de um metro e setenta e cinco centímetros de altura, põe as fotografias de Bianca de volta a mesa e percebe com muito pesar que não consegue chegar a lugar nenhum em relação ao intricado inquérito policial da vítima.

     - "Este caso está mais difícil de resolver do que eu esperava." - Pensativo e focado. - "Em algum momento, eu vou ter que solicitar ao delegado Ezequiel uma nova diligência a casa dos pais da vítima. Talvez consigamos encontrar algum elemento que nos tenha passado despercebido na casa e no quarto da garota."

     Súbito, o persistente investigador percebe algo inusitado no caso da jovem assassinada. O nome da vítima e do local onde ela fôra desovado começam com letra "B".

     - "Humm! O que temos aqui? Bianca e Bosque das Rosas Vermelhas! Interessante!" - Exclama em pensamentos o musculoso lutador de judô e jiu-jitsu. - "Seria isso um padrão inusitado seguido pelo assassino ou será mera coincidência mesmo? O que pode ter a letra "B" com o caso? Infelizmente, não dá pra saber."




     Semanas depois no interior do bonito prédio histórico da Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.), Centro Histórico da Cidade Nova Esperança do Norte.
    
     - Pro nosso azar, o caso de Bianca Meirelles Duarte adquiriu repercussão nacional e está  em todas as mídias do país. Em todo o país só se fala nisso. - Reporta impaciente o delegado Ezequiel aos seus subordinados presentes na sua sala de trabalho no interior da Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.). - O Secretário de Segurança do Estado e o Ministério Público do Estado estão exigindo resultados imediatos na mesa deles. Eu estou sobre pressão superior e sendo criticado pela lentidão com que o inquérito policial dela se encontra. Não é possível que ainda não tenhamos nenhuma uma pista do assassino de Bianca Meirelles Duarte, senhores. O que vocês tem a me dizer?

     - Estamos nos esforçando o máximo que podemos, chefe. - Responde nervosamente o investigador André Lima. - Os elementos sobre o caso são insuficiente e não nos leva à lugar nenhum. Não nos culpe por isso.

     - Ele tem razão, chefe. - Responde logo em seguida, Mário Santos com as duas mãos enfiadas nos bolsos da calça preta justa ao corpo e com o ombro esquerdo encostado na parede. - Lembre-se que o corpo de Bianca Meirelles foi desovado em local isolado, sem testemunhas oculares e sem câmeras de monitoramento, o que dificulta e muito a resolução do caso dela.

     - Afinal, o que temos sobre esse caso até agora? O que sabemos sobre o assassino? Segundo especulações da imprensa nacional expostos nos jornais televisivos de hoje, o assassino pode ser até de outro estado, relaxado e de pouca inteligência. Alguém que conhece muito bem Nova Esperança do Norte, mas provavelmente mora em outra localidade e tem uma personalidade do estilo marginal. O que vocês tem a me dizer sobre isso? - Pergunta o delegado visívelmente impaciente.

     -  O assassino é um relaxado, segundo a imprensa? - Pergunta tácito o investigador Mário Santos aos seus colegas de trabalho. - O assassino não escolheu Bianca Meirelles por um mero acaso. Ele sabia o que queria e sabia o que estava fazendo. Nós estamos perdendo tempo, pois essa linha de investigação defendida pela imprensa e pela  Secretária de Segurança do Estado não se sustenta.

      - Na minha opinião, o agressor não é um assassino em série como dizem por aí, mas só um pirado passional movido por impulso e extremamente covarde. - Opina o investigador Daniel Almeida em resposta ao delegado Ezequiel. - O assassino deve está à uns mil quilometros de distância daqui à essa hora.

     - "Um pirado passional movido por  impulso e extremamente covarde?" Que história é essa? Quanta bobagem, investigador Daniel.

     - Quanta bobagem? Você tem alguma coisa contra mim, investigadora Eleonora? - É só a minha opinião sobre o caso.

     - Eu sei disso e nem por isso deixa de ser uma bobagem, Daniel. Eu continuo discordando de você. - refuta com veemência a investigadora Eleonora Cruz. - Como já disse o investigador Mário Santos aqui presente em uma conversa particular ontem comigo, o assassino parece ter um padrão de ação bem definido. E concordo plenamente com ele.

     - Já que ela falou sobre você, o que você tem mais a nos dizer sobre este caso, Mário Santos? - Pergunta o delegado Ezequiel ao musculoso investigador de cabelos negros, lisos e cortados no bom e velho estilo militar.

     Enquanto responde a pergunta do seu superior, o investigador Mário Santos ajeita o fino óculos entre olhos e, logo depois, crusa os braços com uma expressão facial compenetrada.

     - Hum. Pelo perfil comportamental descrito pelos pais de Bianca Meirelles nas oitivas colhidas pelos investigadores desta delegacia e anexados ao inquérito policial dela, Bianca Meirelles me parece ter sido uma garota muito esperta enquanto estava viva. Eu não creio que ela entraria no carro de um homem que tivesse a cara de um marginal sem teto. Isso é uma explicação sem lógica alguma.

     - Eu não disse que o agressor é um marginal sem teto, eu só disse que...

     O investigador Daniel Almeida continuar a se justificar, mas é subitamente interrompido por Mário Santos.

     - Bianca Meirelles provavelmente foi seguida e observada durante vários meses pelo agressor, ou seja, muito antes dela ser brutalmente assassinada pelo assassino. Pelo amor de Deus, isso é mais que óbvio! O local de crime no Bosque das Rosas Vermelhas tem claros indícios do agressor ser um matador extremamente meticuloso. [ Sabe quantas pessoas tem as primeiras iniciais iguais? Somente dois porcento. ] Então, o assassino conseguiu que Bianca entrasse no carro dele e depois a levou para um local desconhecido, onde fôra assassinada. Isso não foi aleatório.

     - Eu acho que não tem nada a ver com as iniciais... - Retruca o investigador Daniel Almeida com uma feição de sensura.

     -Ele a observou durante muito tempo, ele a esperou durante muito tempo, ele adquiriu a confiança dela durante muito tempo, ele a convenceu durante muito tempo e ele fez com ela exatamente do jeito que sempre quis fazer. Eu tenho a plena convicção que o agressor é um homem local, frio e meticuloso. E o pior de tudo, ele voltará atacar de novo em Nova Esperança do Norte. Cedo ou tarde, isso acontecerá.

    - Atacar de novo? - Pergunta novamente o delegado Ezequiel sentado preocupado na sua poltrona de delegado titular. - Pelo amor de Deus, não! Caso isso aconteça, Mário Santos, os nossos superiores e o Ministério Público do Estado caírao de pau em cima de nossas cabeças. Provavelmente, sofreremos processos administrativos por incompetência. E isso será o nosso fim!



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     Você acha mesmo que esse assassino voltará atacar em Nova Esperança do Norte, Mário Santos? - Pergunta Eleonora Cruz a Mário Santos com um certo tom de preocupação no seu semblante.

     - Eu não acho, eu tenho certeza. Nem que demore meses ou anos, ele atacará novamente. Por que você está me perguntando isso?

     - Eu não sei... É que eu tenho duas filhas adolescentes em casa. Uma com onze anos e a outra com quatorze anos. Eu temo que a próxima vítima desse terrível assassino seja uma das minhas filhas. Principalmente, quando vão pra escola de tempo integral no meu bairro. Eu fico apreensiva só de uma dela entrar no carro de um desconhecido e, simplesmente, desaparecer. Sabe... Eu não sei se você me compreende, afinal você é um homem e pensa diferente de nós mulheres.

     - Eu compreendo sim. Eu nunca contei, mas eu também tenho filhos. Um lindo casal composto por um menino de seis anos e uma menina de nove anos. Eles são os grandes amores da minha vida e eu também tenho o maior medo que algo de ruím aconteça com eles. Você quer mais café?

     - Sim, obrigada.

     Mário Santos olha com atenção o interior lotado de clientes do restaurante no qual ele e a investigadora Eleonora Cruz estão almoçando no horário de almoço.

     - Interessante.

     - interessante, Mário? Do que você está falando? - Pergunta curiosa a investigadora.

     - Há dias que eu estou com a impressão de estar sendo seguido por alguém. Sendo seguido e observado também. Só não sei quem.

     - Sério, Mário? E quem estaria fazendo isso?

     - Eu não não sei, mas os meus instintos de policial investigador não falham. Há algo errado por aqui.

     - Você acha que tem haver com o caso Bianca Meirelles Duarte.

     - Eu acho que sim. Por que? E você também acha que isso pode ter haver com o caso dela?

     - Hum... Vai ver o assassino sabe que você investiga o caso de Bianca Meirelles Duarte e queira tê-lo sobre o seu raio de observação. Ou talvez até...

     - Ou talvez até me matar. Não fuja. Foi isso que você quis dizer, não foi?

     - Sim, Mário. E já que você tem tanta certeza que está sendo seguido, é melhor você tomar muito cuidado, pois você pode estar na mira desse assassino perigoso.

     - Eu... Súbito o musculoso investigador, com o seu belo cavanhaque sempre bem aparado e sempre bem cuidado, percebe pela vidraça da janela do restaurante, um carro do outro lado da avenida, com um homem encapuzado no seu interior em atitude pra lá de suspeita.

     - Desculpe, minha linda, mas eu vou aqui fora rapidinho.

     - Mário, eu vou com você. Lembre-se que eu e você formamos uma equipe. Eu não sei porque, mas você sempre esquece disso, homem. Pare de ser machista.

     - Eu não sou machista. Pare de me chamar disso. Eu sempre respeitei todas as mulheres, inclusive você como a minha parceira na Polícia Civil. E você sabe disso.

     - Não parece. Você sempre me põe  pra escanteio na hora das missões. Eu vou com você.

     - Não. Por favor, fique aqui. Eu só quero te proteger.

    - Não e não, Mário Santos de Albuquerque Pessoa.

     O bonito investigador abre um largo sorriso ao ouvir a investigadora falar o seu nome completo.

     - Nossa! Quando você me chama pelo nome completo é porque você está muito brava comigo.

     -Eu vou com você. Já disse, somos uma equipe. Respeite isso, Mário Santos.

     - Está bem. Não precisa ficar com raiva.

     - Eu não estou com raiva, Mário.

     Sem esperar, a policial segue na frente deixando a seu belíssimo parceiro de cabelos negros para trás.

     - Eleonora! Eleonora! Espere por mim.

     Lá fora, a investigadora atravessa rapidamente um dos sentidos da avenida e caminha decidida rumo ao carro estacionado do outro sentido da pista. Súbito, ela é alvejada barbaramente com vários disparos de arma de fogo. Atingida no peito e na cabeça, a Eleonora Cruz cai violentamente no asfalto já sem vida.

     - NAAAAAAAAAAÃO! - Grita desesperadamente Mário Santos ao vê a sua parceira na Polícia Civil morta no chão. Movido pelo ódio e pelo impulso de vingança, o investigador corre desesperadamente a atrás do veículo em movimento, disparando várias vezes contra ele. Percebendo que não irá conseguir alcançá-lo, o investigador desiste e volta rapidamente onde Eleonora Cruz se encontra caída e sem vida.

     - NAAAAAAAAAÃO! NAAAAAAAAÃO!

     - Oh, meu Deus! Eleonora, não! - Com o corpo de sua parceira nos braços, Mário Santos olha para o horizonte, onde ocarro do meliante tomara rumo e jura vingança. - Onde quer que você esteja, eu irei achá-lo, assassino maldito. Eu juro que eu vou matá-lo. Nem que seja a última coisa que faça na minha vida. Eu vou matá-lo! Eu vou matá-lo!

     - NAAAAAAAAAAÃO!



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     Dois longos anos depois, às 7 horas da manhã de terça-feira, Bairro de Caxias Grande, Zona Norte da Cidade de Nova Esperança do Norte...

     O delegado Ezequiel, o investigador Mário Santos e os seus colegas de trabalho na Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.) da Polícia Civil da Cidade Nova Esperança do Norte, põe a porta violentamente abaixo e com as suas armas de trabalho empunho, adentram rapidamente o interior da gigantesca mansão.

     - Polícia! Aqui é a Policia! Mãos na cabeça! Mãos na cabeça! Eu disse, mãos na cabeça! Mãos na cabeça! Mãos na cabeça! Eu disse, mãos na cabeça!

     Cinco criminosos no interior de um dos cômodos da mansão são pegos de surpresa, postos contra a parede e rapidamente algemados e imobizados pelos policiais civis.

     - Vasculhem os outros cômodos da casa. - ordena o delegado Ezequiel aos seus subordinados. - Não deixem que o restante do grupo escapem.
    
     Em outra parte da casa, o investigador Mário Santos, solitariamente e empunho de sua arma de trabalho, vasculha cada canto da gigantesca construção em busca dos outros criminosos integrantes de um perigosíssimo grupo extermínio, acusados de matar um conhecido e popular vereador da cidade de Nova Esperança do Norte.

     Súbito, o musculoso investigador recebe um murro violento no rosto que o faz cair no chão, fazendo-o perder a arma que empunhara até  então nas mãos.

     - Filho da puta!

     Surpreso com o ataque traiçoeiro vindo de um do criminosos, ele não se intimida com a situação ao seu redor e entrelaça as suas pernas musculosas entre as pernas do agressor, fazendo-o cair no chão também.

     - Eu vou te quebrar, seu filho de uma puta! Eu vou te quebrar, seu filho de uma puta!

     Extremamente enfurecido com o ataque covarde, Mário Santos demonstra porque é um famoso faixa preta em judô e jiu-jitsu na cidade de Nova Esperança do Norte e ganhador de vários torneios nacionais e internacionais de artes marciais mistas, atracando-se, imobizando e esmurrando o rosto do adversário até o seu completo desfalecimento.

     - AAAAAAHHHHHHHGGGGGG! - grita o investigador tomado de pura fúria.

     Percebendo movimentos estranhos na sala ao lado, o investigador se apressa o mais  rápido que pode e pega imediatamente a sua arma do chão e se põe em posição de tiro.

     - Parado! Mãos na cabeça! Eu disse, mãos na cabeça!

     O homem desconhecido não obedece a ordem do enfurecido policial e se põe a correr  desesperadamente para fora da gigantesca construção. Mário Santos vai correndo ao seu encalço e se inicia uma verdadeira caçada policial pelas ruas da cidade. Correndo por cima dos carros e entre eles, Mário Santos se aproxima e se joga em cima do fugitivo, derrubando-o em cima do asfalto.

     - Parado! Mãos na cabeça! Mãos na cabeça!

     O fugitivo levanta e reage dando uma violenta cabeçada em Mário Santos, fazendo-o retroceder tonto para trás. Sem pensar duas vezes e valendo-se de toda a sua experiência de anos como policial civil, o investigador de belos olhos azuis escuros, empunha a sua arma para frente e dispara dois tiros no peito do perigoso meliante, fazendo-o cair instantaneamente morto no asfalto escaldante. O sangue enegrecido se espalha pelo chão, enquanto os transeuntes assistem a tudo atônitos e horrorizados com a situação.

     - Santo Deus! Pareceu cena de ação de filme policial americano! - exclama um jovem viajante americano presente no local com um cachorro na garupa de uma curiosa motocicleta vermelha. - Isso foi fantástico!

     - Santo Deus, Mário Santos! Você matou mais um homem, seu homicida cruel! - exclama atônito o delegado Ezequiel.

     - Homicida? Ele me agrediu injustificadamente e morreu dentro da mais absoluta legalidade. Humm! Vai ser só mais um processo administrativo pra mim responder perante a Corregedoria de Polícia. - Responde o investigador com um tom irônico ao seu superior logo a sua frente.

     -  Bem, vamos. - ordena subitamente o delegado Ezequiel ao seu subordinado.

     - Vamos? Pra onde já, delegado Ezequiel?

    - Eu e você vamos voltar imediatamente pra D.H.S..

     - D.H.S.? - Pergunta surpreso o investigador ao delegado Ezequiel  - O que tem lá de tão importante para deixarmos para trás esta importante diligência?

     - Lembra do caso Bianca Meirelles Duarte?

     - Sim. O que tem esse inquérito policial agora? Ele não foi temporariamente arquivado por falta de elementos que o fizesse andar para frente? Não me diga que o assassino dela e de Eleonora Cruz voltou a atacar novamente, delegado Ezequiel?

     - Sim. Você previu a dois anos atrás que o assassino voltaria a atacar novamente e foi exatamente o aconteceu agora. Foi encontrado mais um corpo de uma jovem estudante no interior do Bosque das Rosas Vermelhas. O corpo da vítima já recolhido ao I.M.L. da cidade pela 2 horas e meia da madrugada e os laudos médicos preliminares do caso já estão prontos.

     - E essa diligência? Como fica, delegado Ezequiel?

    - O delegado adjunto Josias Neto assumirá a liderança dessa diligência agora. Vamos.

     - "Porra! Logo agora que tudo o que eu quero é descansar um pouco." - Lamenta em pensamentos o belo investigador de polícia e visívelmente ofegante.



     Alguns minutos depois, no interior do prédio histórico da Delegacia de Homicídios e Sequestros (D.H.S.), Centro Histórico e Comercial da Cidade de Nova Esperança do Norte.

     - Beatriz Souza Pinto. - Lê em voz alta o investigador Mário Santos os laudos preliminares produzidos pela Perícia Técnica Criminal e do Instituto Médico Legal  da cidade de Nova Esperança do Norte.

    - Pré-adolescente de apenas doze anos de idade, cursando a sexta série do Ensino fundamental. - Continua, Mário Santos. - Filha de Lígia Souza Pinto e Eduardo Souza Pinto. Desapareceu acerca de cinco dias atrás e fôra encontrada morta e desovada na madrugada deste mesmo dia, um quilômetro e meio adentro do Bosque das Rosas Vermelhas. Preliminamente, a vítima fôra brutalmente sequestrada, espancada, estuprada e morta. Aparentemente, a vítima fôra estrangulada por trás com o uso de um cinto de couro sintético masculino. Junto ao corpo estavam presentes pêlos de gatos.

     - É o mesmo modo operante do assassino de Bianca Meirelles Duarte há dois anos atrás, Mário Santos. - Complementa o delegado Ezequiel ao investigador. - Ao que tudo indica, estamos mesmo lidando com um assassino em série ativo e local na nossa cidade. Um assassino de pré-adolescentes femininos! E isso é muito grave, Mário. Você estava certo.

     - Bianca, Beatriz e Bosque das Rosas Vermelhas. Todas as vítimas tem os nomes próprios começados com a letra "B" e onde são descartadas começa também com letra "B". O assassino segue um padrão inusitado. O que isso significa?

     - Eu não sei, Mário. Só o assassino pra explicar o significado de tudo isso. Só Deus pra saber o que passa na cabeça de um psicopata assassino. E pra falar a verdade, eu tenho até medo de saber.

     - O caso de Beatriz Souza Pinto segue o mesmo problema do caso de Bianca Meirelles Duarte. O corpo foi encontrado em um local isolado, escuro, sem testemunhas oculares e sem câmeras de monitoramento residencial nas proximidades, o que dificulta a resolução de ambos os casos.

     - É claro, Mário. O Bosque das Rosas Vermelhas é uma imensa área de floresta nativa no meio da cidade de Nova Esperança do Norte. Há áreas no interior do bosque que são totalmente isoladas e de difícil acesso devido serem de floresta densa e fechada.

     -É, estamos novamente de mãos atadas. - constata com pesar o musculoso investigador ao delegado Ezequiel.

    - Isso você tem razão, meu chapa.

    - Ainda são nove horas da manhã. - Constata Mário Santos olhando pro bonito cebolão inox no seu pulso. - Eu vou dar um pulo rápido no Bosque das Rosas Vermelhas.

     - O que? O que você vai fazer por lá? - O delegado Ezequiel pergunta todo curioso. - Até onde eu saiba, já foram colhidos todos os elementos possíveis sobre o caso no local de crime.

     - Aí que você se engana, delegado Ezequiel. As vezes, a Perícia Técnica Criminal deixa escapar algumas coisas. Coisas que só um olhar mais atento e minucioso consegue detectar.

     - Cuidado, Mário Santos. - Aconselha o experiente delegado de polícia ao seu subordinado e amigo. - Eu acho que você não deve ir até lá, pois você estará sozinho num lugar vazio, isolado e sinistro. O assassino pode estar à espreita por lá. Caso aconteça algo com você, não teremos como lhe ajudar logo de imediato.

     - Não se preocupe, delegado Ezequiel. Eu estarei bem e sempre com a minha arma em punho pro que der e vier.

     - Para o seu próprio bem, eu espero que sim, meu chapa.



     Em uma das grandes janelas de madeira colonial do bonito prédio histórico da Delegacia de Homicídios e Sequestros, olhos perversos e assassinos observam atentamente os passos do investigador Mário Santos entrando na viatura policial lá embaixo e, posteriormente, dirigindo o veículo sozinho rumo ao Bosque das Rosas Vermelhas. Cada detalhe minuciosamente estudado.

     - Indo para a toca do lobo, meu querido Mário Santos.

     A mente doentia anda de um lado pro outro nervosamente, sabendo que o experiente investigador de polícia estará sozinho num lugar vazio e hostil. O cenário perfeito para uma emboscada mortal ao viril investigador de polícia.

     - Finalmente, eu terei a oportunidade de tirá-lo do meu caminho. Ah como tenho! Assim, eu me manterei camuflado como sempre. Há muito que eu esperava por esse momento. Ah Mário Santos, eu sinto muito, mas eu vou te matar, assim como eu matei a investigadora Eleonora Cruz. Você fará companhia a ela no inferno.

     Decidido a matá-lo, o meliante abre um armário embutido e esquecido nas paredes centenárias da D.H.S, digita uma senha alfanumérica no teclado do cofre de aço e do seu interior saca uma arma Clock já carregada. Ele empunha a arma como um experiente policial que é e mira contra a  parede como se fosse matar uma pessoa.

     - Mário Santos, Mário Santos... Hum! Eu tenho pena de você. Mário Santos, o mais produtivo e bem conceituado dos investigadores da Delegacia de Homicídios e Sequestros. Sempre atuante, prestativo e muito conceituado perante os delegados, investigadores e o Ministério Público do Estado. Resolveu os casos mais insolúveis e emblemáticos da Polícia Civil da Cidade de Nova Esperança do Norte. Requisitado, inclusive, para resolver casos de polícia em outras cidades em outros estados e países. Foi condecorado com a honraria de cidadão do estado pela Assembleia Legislativa do Estado, pelos grandes serviços prestados ao povo do Amazonas. Sinto muito em lhe dizer, meu caríssimo investigador, mas os seus dias glória acabam hoje. Não posso deixar que viva.

     - Ha, Ha, Ha, Ha, Ha... - A gargalhada sinistra ecoa pelo interior da sala colonial ricamente decorada da D.H.S., prevendo o que está por vir  para o branquelo investigador.



     Uma hora e meia depois no interior do Bosque das Rosas Vermelhas...

     Completamente sozinho em uma área remota do Bosque das Rosas Vermelhas, o investigador Mário Santos sai da viatura policial estacionada no final de uma estrada sem asfaltamento e que aponta para uma parte da floresta densa, fechada, escura e úmida.

     - "Só mata fechada e de difícil penetração. Eu mereço!" - Constata com pesar o investigador. - "É melhor eu começar a andar logo, pois ainda tem um longo caminho até chegar ao local de crime, onde o corpo de Beatriz Souza Pinto fôra desovado."

     Mario Santos caminha por cerca de um quilômetro e meio até chegar ao local exato onde o corpo de Beatriz Souza Pinto fôra descartado. O lugar, mesmo de dia, é escuro, vazio, sinistro e extremamente perigoso.

     O musculoso investigador sente um calafrio percorrer pelo seu corpo diante do lugar. Ele lembra que diversas pessoas foram mortas ou desovadas neste lugar durante décadas sucessivas. Há muitas histórias de assassinatos e crimes e muitas lendas urbanas sobre o lugar. Lendas que os espíritos dos que foram brutalmente assassinados ou desovados no bosque vagueiam o lugar em busca de ajuda e redenção para os seus sofrimentos e agonias.

     - "O que eu estou fazendo aqui?" - Pergunta a si mesmo em pensamentos em meio a vegetação rústica. - "Lugar mais sinistro da porra! Eu e os meus impulsos de querer resolver tudo de uma vez."

     Todo suado e ofegante, Mário Santos se agacha e olha atentamente para o local de crime marcado anteriormente pela Perícia Técnica Criminal. Ele procura algo inusitado que o ajude a desvendar o caso das duas jovens assassinadas e da investigadora Eleonora Cruz.

     - Não é possível que esse assassino não tenha deixado nenhum outro rastro que não seja pêlos de gatos. Quem é você, assassino? O que pensa, o que faz durante o dia e porque você faz isso? Por que tantas mães e pais tem que chorar pela perdas de seus filhos? Por que tantas vidas ceifadas e desperdiçadas?

     Como que em resposta aos seus anseios e indicações, Mário Santos ouve ruídos como se uma pessoa se aproximasse. Imediatamente, ele se levanta, saca a sua arma de trabalho e se põe em posição de defesa e de tiro.

     - Quem está aí? Apareça. Seja lá quem você for, apareça. - Sem reposta e sem saber quem o espreita, o investigador engole em seco e gira várias vezes o próprio corpo em 360 graus. - Vamos, apareça. Talvez possamos conversar. O que você acha?

     Em meio a vegetação, o policial consegue visualizar a silhueta de um homem encapuzado o observando ameaçadoramente. Rapidamente, Mário Santos corre pelos arbustos e se aproxima do desconhecido de arma em punho.

     - Ei, você! Parado! Aqui é a policia! Mãos na cabeça! Mãos na cabeça! Eu disse, mãos na cabeça!

     O encapuzado ignora as ordens de Mário Santos e continua parado entre a vegetação. Mário Santos se aproxima cada vez mais, ficando apenas dois metros do misterioso meliante. De repente e sem perceber que foi atraído para uma traiçoeira armadilha, o musculoso investigador pisa numa armadilha no chão, sendo puxado violentamente para cima, preso em uma corda entrelaçada em uma de suas pernas.

     - Seu fIlho da puta! Eu não acredito que eu cair nessa. Eu preciso me libertar o quanto antes.

     O investigador tenta desesperadamente se libertar, tentando alcançar a corda que o prende a uma das árvores do bosque, mas para sua desgraça acaba não conseguindo. Súbito, uma violenta pancada o atinge na cabeça, fazendo-o desfalecer rapidamente. Agora, Mário Santos encontra-se no limbo da inconsciência.

     Momentos depois, Mário Santos acorda jogado no chão, enquanto o seu misterioso algoz encapuzado o observa meticulosamente e sem mostrar reação alguma.

    - Ai! A minha cabeça! - Enquanto fala, o investigador nota presença do encapuzado o observando e logo procura se levantar o mais rápido possível. - Quem é você? Por que você me atacou?

    Mário Santos percebe logo de imediato que não está amarrado e se encontra livre pra se aproximar do misterioso meliante.

    - Não se aproxime. - o misterioso meliante saca imediatamente uma arma e aponta perigosamente para o investigador. - Mãos na Cabeça! Mãos na cabeça! Caso contrário, eu atiro em você. E não pense que eu não hesitaria em matá-lo, pois eu não hesitarei. Assim como eu não hesitei em nenhum momento em matar a investigadora Eleonora Cruz.

     - Eleonora Cruz? Você conhece a investigadora que você mesmo a matou barbaramente a dois anos atrás? Quem é você, afinal?

     - Eu disse, não se aproxime. Mão na cabeça.

     O veterano investigador de polícia obedece, pondo as mãos na cabeça, como quer o misterioso encapuzado. Mário Santos sabe que por enquanto não pode se opor ao seu agressor. Só lhe resta esperar o que pode lhe acontecer em meio a floresta.

     - Você empunha a arma como se fosse um policial. - Constata surpreso Mário Santos. - Você fala e age como um policial. Você é um policial civil, não? Por que você não tira esse capuz e mostra o seu rosto? O que você tem a temer? Você está com a faca e o queijo mãos, pois logo após revelar quem você é, você vai me matar, não é?

     - Boa tentativa em me convencer a mostrar o meu rosto pra você, Mário Santos, mas é inútil. Eu não sou movido por sentimentos baratos como você. Eu sou movido por impulsos extremamente compulsivos. Impulsos assassinos e pura prepotência.

     - Mário Santos? Como você sabe o meu nome? Quem é você, afinal? Diga, quem é você?

     - Você é tão esperto e ao mesmo tempo tão burro, Mário Santos. Você ainda não percebeu que única pessoa na D.H.S. que sabe que você está aqui, sou eu. Eu tentei impedí-lo de vim até aqui, mas você como sempre faz o contrário. Você veio diretamente para a toca do lobo.

     - A única pessoa na Delegacia que sabe eu vim pra cá, é o delegado Ezequiel. Delegado Ezequiel?

     O encapuzado finalmente remove o capuz da cabeça, revelando a sua verdadeira face ao incrédulo Mário Santos.

     - Delegado Ezequiel! Você?!- exclama o investigador sem acreditar no que vê logo a sua frente. Por que? Então, foi você matou aquelas duas adolescentes com tamanha brutalidade. Por isso, nós nunca conseguíamos chegar até ao assassino. Você é o assassino. Você se atencipava a tudo.

     - Sim, Mário. Por que eu as matei? Nem eu sei exatamente, Mário Santos. Eu só me entreguei aos meus impulsos compulsivos assassino a muito tempo reprimidos na minha vida. Eu senti uma sensação de potência infinita. Poder, Mário Santos! Poder! Foi tão bom matá-las. Estuprá-las e estrangulá-las e vê as suas agonias morrendo, foi algo sem igual. Isso não tem preço, Mário Santos. Você jamais saberá o que é isso  meu chapa.

    Desconcertado com o que ouve daquele que outrora foi o seu melhor amigo na D.H.S. , Mário Santos começa a passar mal, mas tenta a todo custo, controlar o acesso de náuseas que quer toma conta do seu corpo. Mesmo agoniado, o musculoso investigador sabe que aquela mente doentia precisa ser parada à qualquer custo. Caso contrário, mais adolescentes inocentes morreram nas suas mãos e muitos pais terão que chorar as perdas de seus filhos.

     - Como você conseguiu adquirir a confiança das duas garotas e como conseguiu atraí-las para morte no Bosque das Rosas Vermelhas?

     Sem expressar nenhum remorso pelo fez, o delegado Ezequiel sorri com as perguntas investigador.

     - Muito simples, meu chapa. Elas frequentavam a mesma igreja católica onde eu me congrego e sou ministro de eucaristia. Com esse disfarce infalível, eu fui aos poucos chegando nelas, aos poucos adquirindo a confiança das duas adolescentes e no momento certo, eu as trouxe para a morte certa aqui Bosque das Rosas Vermelhas. Foram meses de muita conversa e muitos meses de muito convencimento. "Muito papo" como diz o jargão popular. Quantos aos pêlos de gatos presentes nos corpos das duas meninas, são do Godofredo, o meu gato doméstico. A letra "B" foi mera coincidência mesmo.

     - Você é um homem completamente doente. Você sabe que precisa ser parado. Não sabe?
      

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